Wellington Camuci
Conhecer o universo que está além do que vemos é o sonho de muitas crianças, muitas já se imaginaram astronautas, ir até a lua e até construir um foguete. E por que não construir um foguete de garrafa pet? Fazer várias experiências misturando química, física, matemática?
Em Primavera do Leste, quatro alunos do Centro Educacional Primavera – CEP aceitaram o desafio e foram até o Rio de Janeiro para a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), uma olimpíada inteiramente experimental, que consiste em construir e lançar foguetes construídos pelos próprios alunos.
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Através da disciplina de Iniciação Científica que busca preparar os alunos para o Ensino Superior. “Com a nova abertura da ABNCC, trabalhamos este ano para participar do evento de lançamento de foguete”, explicou a professora de Iniciação Científica e Física Laura de Faveri.
“Esse é um evento nacional de incentivo a Iniciação Científica, de pesquisa, de desenvolvimento, de pesquisa na área de lançamento de foguete”, completou.
Quem representou o CEP foram os alunos do Ensino Médio Vinícios de Oliveira, Enzo Daltrozo, Isabella Lorenzzon e Giovanna Brunetta, que tiveram que colocar a mão na massa e, claro, nos livros, para desenvolver todo o projeto e conseguir alcançar o objetivo de lançar um foguete o mais longe possível.
E para chegar até o MOBFOG, os alunos tiveram um longo percurso para aprender tudo sobre o assunto, afinal, lançar um foguete não é só encher uma garrafa com vinagre e bicarbonato de sódio. Os estudantes começaram com o projeto no início do ano, a primeira fase durou seis meses de preparação.
Neste tempo os alunos tiveram que construir as bases de lançamento e os foguetes. Após a preparação, foram realizados os primeiros lançamentos e inserção dos dados no sistema. Com isso, a escola foi convidada para MOBFOG em Piraí, no Rio de Janeiro, conseguindo ficar em 2º e 3º lugar. Na região de Primavera do Leste, os alunos do CEP conseguiram os maiores lançamentos, ficando em primeiro lugar.
Além da competição, a experiência em participar de um evento como esse, traz muito aprendizado. Para Enzo Daltrozo, o projeto proporcionou a troca de experiências e conhecimentos além dos que já havia adquirido. “Esse negócio da competição, entender melhor como é que funciona o lançamento de foguete, toda a reação, todo o equipamento, a gente teve palestras então foi bem legal a experiência”, disse.
Isabella Lorenzzon, costuma participar de eventos promovidos pela escola, principalmente quando é uma novidade. Ela disse que o que vivenciou e aprendeu com o projeto, é algo que poderá ser aplicado em várias áreas. “A gente aprendeu sobre reações químicas, a gente aprendeu sobre física e também muito pela questão de se organizar e isso eu posso aplicar muito inclusive na escola, nos estudos”, ressaltou.
Na expectativa de chegar lá e soltar o foguete, o aluno Vinícios de Oliveira explicou que ao chegar lá, percebeu que era muito mais que apenas fazer o lançamento. “A gente saiu daqui querendo chegar lá e soltar o foguete. Lá conhecemos novos modelos de base, de foguetes e falou: ‘Olha, a gente podia ter feito assim’. Novas ideias, a experiência de ter viajado junto, conhecido novas pessoas e perceber que tem pessoas maiores que a gente e a gente tem que batalhar pra conseguir chegar lá”, disse.
Além de toda a experiência, os alunos perceberam que o projeto incentiva outros alunos a buscar mais conhecimento. “Eu acho isso muito importante para essa nova geração que está vindo, porque quando fomos para nós era só um foguete. E pra gente foi muito difícil pra gente começar porque a gente não tinha ideia de como montar a base, como que funcionava e foi na montagem que a gente começou a aprender como tudo funciona. Como a gente começou agora, poucas pessoas foram porque elas também não sabiam como era e quando esse assunto começa a ser ampliado e falado mais, as pessoas começam a se interessar”, disse Isabella.
A professora Laura ainda ressaltou a importância e despertar o interesse dos alunos pela ciência. Ela explicou que com o projeto, os alunos começam a ver isso com outros olhos. “A região de Primavera não costuma consumir muito conteúdo científico, às vezes é uma reportagem aqui, uma notícia que sai, mas não há um acompanhamento, um afinco, uma cultura, ainda. Mas durante o projeto, eu percebi uma mudança no decorrer das oficinas. O evento é um incentivador de pesquisa científica. Eles foram pra lá, fizeram as oficinas, assim foram ganhando mais corpo, mais conhecimento dentro da área científica”, finalizou.
MOBFOG
Em 2022, foi realizada a 25 ª edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica – OBA e a 16ª edição da Mostra Brasileira de Foguetes, MOBFOG. A OBA e a MOBFOG são eventos abertos à participação de escolas públicas ou privadas, urbanas ou rurais, sem exigência de número mínimo ou máximo de alunos, os quais devem preferencialmente participar voluntariamente. Veja o Regulamento da OBA e o Regulamento da MOBFOG.
Podem participar da OBA e da MOBFOG alunos do primeiro ano do ensino fundamental até alunos do último ano do ensino médio, sendo que da MOBFOG também podem participar alunos do ensino superior.