Jaqueline Hatamoto
O médico cardiologista, Paulo Porciúncula, é o novo secretário de Saúde de Primavera do Leste. O especialista em cirurgia cardiovascular, conhece de perto o setor de saúde público e privado, afinal são anos de experiência dedicados a cuidar das pessoas. Drº Paulo como é conhecido, chega com a missão de humanizar ainda mais um dos setores que mais tem demanda na gestão municipal.
São 400 atendimentos por dia na Unidade de Pronto de Atendimento da cidade, fora os atendimentos realizados pela atenção básica de saúde. Além disso, são centenas de pessoas em filas de esperas aguardando cirurgias ou algum procedimento médico.
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Ampliar o atendimento aos quase 100 mil habitantes de Primavera do Leste, e ainda garantir o acesso a saúde a quem vem de outras regiões, deve ser uma das principais dificuldades a serem enfrentadas pela gestão.
O médico falou com a equipe do Jornal O Diário, adiantando um pouco de como deve conduzir a pasta.
Jornal O Diário: No seu ponto de vista, qual será o principal desafio que o senhor terá que enfrentar a frente da pasta?
Paulo Porciúncula – Secretário de Saúde: Estamos nessa missão de tentar contribuir para a melhoria da saúde em nossa cidade. A Saúde é uma coisa que afeta toda a população e precisa sempre constantemente de melhorias. Primavera tem características próprias. É uma cidade que está crescendo muito, e muito rapidamente. Há uma previsão de que em oito, dez anos, chegue a 300 mil habitantes. Então, esse aumento exponencial da população, obriga que a saúde acompanhe essa expansão com os cuidados. O setor público é diferente do privado, ele é mais engessado, há diretrizes para serem seguidas, e isso demanda um certo tempo, para que as coisas aconteçam da maneira que a gente quer. Primavera não tem um hospital público ainda, nós temos hospitais privados que são conveniados pela prefeitura, mas a quantidade de leito hospitalar disponíveis atualmente é muito inferior à necessária. Então nós vivemos com esses problemas, esses gargalos, que precisam ser resolvidos. São vários desafios, são desafios que nos motivam cada vez mais a trabalhar no sentido de que a gente possa levar a população saúde de qualidade e eficaz.
Jornal O Diário: O que falta para Primavera do Leste ter um hospital público, isso é possível?
Paulo Porciúncula – Secretário de Saúde: Primeiramente precisaria fazer uma nova renovação, uma nova ampliação na UPA para depois se chegar a um hospital, vamos dizer assim, regional. Na realidade, nós não precisamos de UPA. Pela falta de leito hospitalar, a UPA acabou virando um hospital mesmo sem ser. Não são atitudes fáceis de tomar. Por quê? Porque tem um impacto financeiro, administrativo muito grande. Primavera já é uma referência na saúde pela qualidade dos hospitais privados, muito boa, pela qualidade dos profissionais que chegaram. Nós temos especialistas da melhor qualidade aqui na cidade. Então, as pessoas começam a vir das cidades circunvizinhas para cá. Então, quando a gente fala assim, Primavera tem 100 mil habitantes, mas nós não atendemos 100 mil habitantes, temos que servir mais a população das cidades circunvizinhas. Por exemplo, Nova Poxoréo, Vale Verde e outros pertencem fisicamente a outro município.
Jornal O Diário: Mas como fazer essa gestão, e conseguir atender a todos que chegam, tendo em vista que não se nega atendimento a ninguém?
Paulo Porciúncula – Secretário de Saúde: Não, não podemos negar, mas o fato de nós não termos a infraestrutura pronta para isso, realmente isso dificulta bastante. Por exemplo, a cidade polo, hoje, da nossa região, é Rondonópolis. Como essa região vem passando também por problemas, como o fechamento de UTIs, com isso a demanda de Primavera do Leste ainda ficou mais sobrecarregada porque nessa região, depois de Rondonópolis vem Primavera do Leste, devido a ter a melhor rede hospitalar. É um problema a mais, em termos quantitativos mas estamos trabalhando de uma forma de organizar o setor da saúde para que todos sejam atendidos com dignidade.
Jornal O Diário: Existe algum projeto para aumentar os postos de saúde que atendam a noite?
Paulo Porciúncula – Secretário de Saúde: Eu coloquei isso para o prefeito e já vamos entrar em campo nesse sentido. Nós precisamos, primeiro de tudo, construir mais unidades. Já que nós temos um déficit de quase 50%. Além de construir mais, nós precisamos dotar as unidades de autonomia maior para atendimento dos pacientes. Tipo, funcionar até meia-noite para poder diminuir a quantidade de pacientes que vão para a UPA, muitas vezes sem necessidade. E isso nós vamos fazer urgente, ampliando a atenção básica. Além claro, de humanizar o atendimento. O paciente ele precisa ser bem atendido.
Jornal O Diário: Tendo em vista que em termos de saúde tudo é urgente, o que o senhor tem a dizer a população?
Paulo Porciúncula – Secretário de Saúde: A nova gestão vai trabalhar de forma intensa. Quase que full time com toda a equipe, e levar saúde as pessoas independentes de qualquer classe social, ou posição política, o que me interessa é o paciente. Não sou político, sou técnico e o que me interessa é o paciente, e estou aqui para tentar ajudar com a minha experiência as pessoas que necessitam de acesso a saúde. Esse é meu trabalho e é isso que vou me devotar constantemente. Toda a gestão está focada e não vamos desviar da nossa função. Eu quero que as pessoas saibam que estamos de porta abertas para ouvi-los, não sou secretário de gabinete, eu vou visitar as unidades, vou estar em contato com pessoas, vendo onde estão as falhas, não somos perfeitos, estamos no caminho do aprendizado, mas com o desejo enorme de levar uma saúde de qualidade a todos.