Há quem afirme que o homem nasceu para cometer erros e aprender com eles. E não para fingir que somos perfeitos e não erramos nunca. Segundo Machado de Assis “A primeira glória é a reparação dos erros”.
A definição da palavra erros consiste em “juízo ou julgamento em desacordo com a realidade observada” pode ser também enganos, equívocos, falhas, incorreções, imprecisões, inexatidões, imperfeições, defeitos ou desacertos, entre tantas outras expressões equivalentes.
Para alguns, o erro é visto como a diferença entre o valor obtido em uma medição e seu alvo, seu valor verdadeiro. De fato, existem vários fatores em um processo de medição que poderão levar ao erro, ou seja, que contribuem para que o resultado da medição se desvie do seu alvo de acordo com estudos sobre a temática ‘erros e incerteza’ realizada pela UFRGS em 2012.
Em outras palavras errar pode ser também a decisão, ato ou resposta incorreta; pode ser caracterizado com a qualidade daquilo que não corresponde à verdade; algo enganoso ou falsete; apreciação ou julgamento daquilo que se encontra em desacordo com a realidade observada ou falso juízo.
Já na Matemática é o valor absoluto da diferença (desvio) entre o valor exato e o valor calculado ou registado por observação.
Na Física é visto como a diferença no valor medido de uma grandeza ou quantidade devido a imperfeições do instrumento de medida e/ou incorreção de leitura do observador.
O ato de errar é uma ação, muitas vezes, considerada algo comum praticada pelo homem. A sua correção poderá evitar repetição no futuro. Por essa razão John F. Kennedy afirmou que “a nossa tarefa não é consertar os erros do passado, mas sim preparar o caminho para o futuro.”
Na esfera do Direito, o erro é um vício no processo de formação da vontade, com o status ou forma de noção falsa ou imperfeita sobre alguma coisa ou alguma pessoa. Confúcio afirmou que “não corrigir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros”.
Na filosofia a ilusão pode ser considerada um erro, apesar de ser tida com engano, que por vez surge através dos sentidos. O termo representa uma falta realidade, cujo papel está justamente na oposição aparente de uma realidade, a qual pode alterar o verdadeiro sentido daquilo que se apresenta.
No entanto, não se deve confundir erro com ilusão, uma vez que ilusão é o engano dos sentidos ou da mente, que faz com que se interprete erroneamente um fato ou uma sensação.
Utiliza-se o termo ilusão para dar significação a determinado engano, em geral, resultante de percepções errôneas, ou seja, ao se tomar uma coisa por outra, o que significa fazer uma interpretação errada dos dados sensoriais.
Por essa razão, ilusão não é o mesmo que errar, mas é a representação irreal de determinado ponto de vista e que resiste até ao conhecimento da própria falsidade.
E errar, neste aspecto, nada mais é do que uma privação do conhecimento, a ilusão seria antes um excesso de crença, de imaginação ou de subjetividade, conforme explicam alguns estudiosos sobre o tema (Kant e Nietzsche).
“A ilusão é por vezes uma forma de ‘colorir’ a vida, tentando melhorá-la conforme os nossos desejos” (autor desconhecido).
*Ernesto de Sousa Ferraz Neto é professor na rede pública de ensino