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JUSTIÇA

Após três anos, Justiça absolve acusados de feminicídio em Primavera do Leste

Thais Mara Santos Gomes, foi morta dentro de casa com mais de 30 facadas

Wellington Camuci

Terminou na sexta-feira (30.09), o julgamento de um crime que chocou Primavera do Leste em 2019. Marta Moraes Alves, Daniel Cirilo e Rafael Moraes Dias, foram absolvidos da acusação de terem matado Thais Mara Santos Gomes, na época com 23 anos, com aproximadamente 30 facadas.

O crime aconteceu no dia 03 de julho de 2019, Thais foi encontrada morta com uma faca cravada no peito, na sala da casa onde morava no bairro Castelândia pelo vizinho que foi até o local a pedido de Rafael, marido da vítima. Uma criança de apenas quatro meses, filha de Thais, estava ao lado do corpo.

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Marta, que era sogra de Thais, e o marido, Daniel, foram os primeiros suspeitos do crime. De acordo com vizinhos, Thais tinha medo da sogra, inclusive já havia registrado ocorrência por injúria. As investigações apontavam que, a mando da esposa, Daniel teria assassinado Thais. Ambos foram presos um dia após o crime em um sítio a 80 quilômetros de Paranatinga.

Em setembro, Rafael Moraes Dias, de 29 anos, foi preso pela Polícia Rodoviária Federal na BR 070, em apoio a investigação da Polícia Civil de Primavera do Leste, por coautoria da feminicídio da companheira. A prisão foi pedida pela promotoria, após a Polícia Civil encaminhar laudo da perícia realizada pela Politec, que apontou material genético (sangue) na faca encontrada na vítima.

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Renato Carneiro e Nylvan José

O casal respondia o processo em liberdade, já Rafael estava preso. De acordo com os advogados de Rafael, Nylvan José e Renato Carneiro, a acusação foi baseada em apenas uma prova. “A acusação se baseou como ele tivesse cometido esse crime em uma única prova, um laudo, um DNA que encontrou material genético dele na faca utilizada no crime”, ressaltou.

De acordo com a defesa, a prova que tinham foi contestada e, em depoimento, o perito afirmou que o material encontrado não era sangue. “Ontem (29.09), o perito foi ouvido porque a polícia tinha ele como 100% de alegando que seria sangue o material encontrado na faca e o perito esclareceu que não, que o material genético não era sangue e poderia ser qualquer outro material genético, até porque a faca era da residência dele”, explicou.

Os advogados ainda ressaltaram que existem provas de que Rafael não estava na cidade e que o relacionamento com a mulher era harmonioso, não tendo razões para matá-la. “As demais evidências do crime, nós tínhamos documentos, provas de que ele estava na cidade de Rondonópolis, ligações que ele fez na cidade de Rondonópolis, testemunhas que testemunhou que o relacionamento dos dois era harmonioso e hoje saímos daqui com a sensação de justiça feita e o Rafael absolvido”, disse.

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Fabiano Dalloca

Em relação a sogra da vítima e mãe do Rafael, Marta Moraes, e o marido Daniel Cirilo, o advogado Fabiano Dalloca ressaltou que não há provas que coloque os acusados na cena do crime e que um laudo concluiu que Daniel é inimputável.

“Durante essas mais de 24 horas de julgamento, O Daniel, nós conseguimos aprovar imputabilidade dele, ou seja, nós tiramos ele do polo da acusação, então comprovou que ele não tem as faculdades mentais como uma pessoa normal. No processo foi submetido ao júri dona Marta e o Rafael. Após as oitivas, a instrução de todos, ficou comprovado que não tinha provas, ficou comprovado na realidade a inocência da Marta e do Daniel porque não teve provas, não teve elementos que comprovasse a presença do Daniel no local do crime ou que confirmasse a dona Marta mandando o Daniel cometer o crime”, disse Dalloca.

Para os advogados de defesa dos três, após a conclusão do julgamento, a Justiça realmente foi feita. Em relação a autoria do crime, cabe a Polícia Judiciária Civil as investigações, caso o processo seja reaberto.

A decisão cabe recurso, caso a família da vítima deseje.

O caso

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Thais Mara morreu em 2019

Thais Mara dos Santos Gomes de 23 anos, foi encontrada morta na própria residência com uma faca cravada no peito. A filha dela de apenas quatro meses foi deixada ao lado do corpo da mãe.

A vítima foi encontrada por um vizinho que pulou o muro da casa, após o marido de Thais não conseguir falar com a mulher por telefone. Os sogros de Thais passaram a ser investigados após testemunhas contarem a Polícia que a vítima tinha medo do casal, pois eles a ameaçavam de morte por acharem que ela estaria traindo o marido.

O casal Marta Moraes Alves e Daniel Cirilo foram presos no dia seguinte, em um sítio na região do Colorado, a 80 km Paranatinga, onde estavam escondidos. Eles negaram o crime, mas foram autuados por homicídio qualificado. 

O marido da vítima, Rafael Moraes Dias, foi preso em setembro do mesmo ano pela Polícia Rodoviária Federal, em apoio a investigação da Polícia Civil de Primavera do Leste, por coautoria da feminicídio da companheira.

A prisão foi pedida pela promotoria, após a Polícia Civil encaminhar laudo da perícia realizada pela Politec, que apontou material genético (sangue) na faca encontrada cravada no peito da vítima , que foi assassinada com cerca de 30 facadas.

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