Principal fonte de energia limpa para fazer as caldeiras das fábricas funcionarem, a demanda por biomassa deve aumentar em Mato Grosso. Isso se deve a chegada de industrias, entre elas a de etanol de milho, um dos exemplos é a FS Bioenergia. Somente a empresa consome cerca de 8,4 mil hectares de florestas plantadas (eucalipto e bambu) para rodar as três fábricas.
Uma das fábricas da multinacional está localizada em Primavera do Leste, a empresa já movimenta o mercado do milho, realizando a compra de quase toda a produção da região. E para manter a indústria funcionando, é necessário garantir que haja biomassa suficiente para garantir a capacidade máxima de produção da unidade, que tem como meta produzir 585 milhões de litros de etanol e 570 mil toneladas de DDGs (Dried Distillers Grains, grãos secos de destilaria), por ano.
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Conseguir gerar energia de maneira sustentável, acaba sendo um dos principais desafios das indústrias que buscam cada vez mais novas alternativas que diminuam a emissão de CO2, sem diminuir a capacidade energética. E é neste cenário que cresce os investimentos em biomassas alternativas, como o bambu e o eucalipto.
Somente a FS Bioenergia, no que tange a produção de biomassa, cultiva no estado de Mato Grosso, considerando eucalipto e bambu, 65 mil hectares. Destes, 4.500 hectares de bambu e 18 mil hectares de eucalipto são cultivados apenas em Primavera do Leste.
“A FS faz continuamente investimento em biomassas alternativas, mas vale reforçar que o eucalipto é a biomassa carro-chefe da empresa, por ser sustentável e renovável, já bem dominada no mercado para a produção de energia limpa. Em relação às biomassas alternativas, na região de Primavera do Leste, a FS investe principalmente no bambu, que é a sua segunda cultura plantada. Além disso, a FS tem focado em resíduos de lavoura, como o caroço do algodão e restos de torta de algodão. Já em outras regiões, a FS utiliza resíduos, como casca de arroz, caroço de açaí, pó de serra, bagaço da cana-de-açúcar e soqueira de algodão”, ressaltou a indústria por meio de nota, que é assinada pela Assessoria de Imprensa.
A escolha por novas fontes de energia, impactam diretamente na qualidade de vida de moradores de cidades próximas as indústrias, diminuindo consideravelmente a abertura de áreas nativas, bem como a emissão de Co2. Uma outra possibilidade que impacta diretamente a economia, está na utilização de áreas consideradas impróprias para o cultivo de soja e milho, por exemplo, aumentando assim a capacidade produtiva das cidades.
“Assim como o eucalipto, o bambu tem o uso para a energia, sendo possível plantar, colher e cultivar por outros ciclos, com novas aberturas de áreas, além de fomentar o uso alternativo para áreas, anteriormente degradadas, arenosas, que não possuíam destinação para a lavoura, impactando positivamente também em um giro para a economia”, destaca a nota.
Ainda no que tange a produção de biomassa, os investimentos permitem proporcionar viabilidade e recuperação de áreas degradadas, já que o plantio feito junto aos produtores é um plantio tecnificado, incluindo todo o aporte de adubo e matéria orgânica necessários durante a ciclagem ao longo dos anos, o que agrega muito valor ao solo. Soma-se a isso, o fato de a FS seguir as diretrizes de sua política de sustentabilidade, seguindo todas as regras de implantação da floresta, faz com que a área tenha uma proteção ambiental.
Fundo criado garante a produção de biomassa no estado
Com a chegada de novas indústrias no estado, o governo de Mato Grosso, através da a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico - Sedec, criou em 2021 o fundo do Desenvolvimento Florestal do Estado de Mato Grosso, o Desenvolve Floresta.
O fundo é uma forma que os produtores rurais têm como pagar a taxa de reposição florestal, que é obrigatória nos casos de supressão de vegetação nativa. Já foram emitidos pela Sedec milhares de certificados de Taxa de Reposição Florestal.
Segundo dados da Sedec, Mato Grosso tem grande potencial na geração de biomassa com clima e terras favoráveis, qualidade hídrica, além de que a integração lavoura-pecuária-floresta é um dos braços do Plano ABC+, para redução de emissão de gases de efeito estufa pela agropecuária mato-grossense.
É previsto no plano que o estado tenha 1,3 milhão de hectares no sistema integrado com florestas e produção de alimentos e 285 mil hectares de florestas.
O Instituto Mato-grossense de Economia Aplicada (Imea) projeta que a safra 2023/2024 atinja 45,84 milhões de grãos e a demanda de biomassa deve aumentar.