Desde Iuri Gagarin, o primeiro homem a viajar pelo espaço, isso lá em 1961, qual criança nunca sonhou em ser um astronauta, e nada melhor do que poder alimentar esse sonho. A Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) permite que jovens estudantes tenham uma experiência prática com a ciência aeroespacial, construindo e lançando seus próprios foguetes.
Voltada para alunos do Ensino Fundamental e Médio, essa iniciativa da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) oferece mais do que uma competição; é uma plataforma de aprendizado e descoberta. Os participantes são desafiados a projetar e executar o lançamento de foguetes, testando suas habilidades em física, matemática e criatividade.
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O colégio participou pela primeira vez em 2015, sendo CAMPEÃO já no ano seguinte, desde então, os alunos do Centro Educacional Primavera – CEP, têm demostrado mais interesse pelo assunto e têm se dedicado na pesquisa e construção de foguetes. Toda essa dedicação tem trazido resultados ano após ano, em 2023, os alunos novamente conquistaram o 1º e 2º lugar na competição. E agora em 2024 foi a vez da equipe formada pelos alunos Nicolas, João Octávio e Davi, e da equipe de Bruna, Isadora, Manuella, trazerem dois troféus de 1º LUGAR da XVIII MOBFOG, em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro.
E para chegar até o MOBFOG, os alunos tiveram um longo percurso para aprender tudo sobre o assunto, afinal, lançar um foguete não é só encher uma garrafa com vinagre e bicarbonato de sódio. Os estudantes começaram com o projeto no início do ano, a primeira fase durou seis meses de preparação. Neste tempo os alunos tiveram que construir as bases de lançamento e os foguetes.
Nicolas, um dos alunos que participou da mostra, destacou a importância do trabalho em conjunto, fortalecendo amizades já existentes e realizando novas que somam na busca de um bom resultado. “O grupo que eu fui era de amigos muito próximos. As meninas eu não conhecia tanto assim e ficamos mais próximos. E por a gente ser mais próximo, foi uma experiência mais legal, por mais que a gente estava lá para competir, a gente se divertiu também e o resultado foi muito bom.”
Participando da competição pela primeira vez, Bruna explica que estar lá, trouxe uma visão diferente sobre esse universo. “Foi de grande aprendizado, nos deu uma visão muito diferente do que a gente tinha aqui, o que era um foguete simples, diversão, se tornou algo de que realmente tem futuro, que tem profissionais nessa área e a gente conheceu mais sobre esse trabalho, como é que funciona e nos fez interessar mais sobre esse assunto e abriu ainda mais a nossa visão do que a gente vai querer para o futuro”, explicou.
“Além do aprendizado que a gente teve, todo o nosso esforço, a gente conseguiu ter uma recompensa, uma consequência positiva ao nosso esforço que foi receber a medalha, poder competir pela primeira vez e ganhar”, complementou Isadora.
Para o aluno João Octávio, um dos pontos importantes da MOBFOG, foram as palestras que puderam assistir, além, é claro de terem a oportunidade de se aprofundarem na construção de foguetes de níveis diferentes. “Lá a gente teve bastante palestras, então a gente consegue ver como cada estado trabalha isso, como é a diferença de oportunidade de cada um. O que achei mais legal foi a parte que a gente faz, além do nosso foguete que é de nível 4, a gente consegue fazer o de nível 5 e do nível 2 que é de papel. Essa é uma parte bem interessante”, destacou.
Além da competição em si, a MOBFOG busca levar conhecimento e promover a troca de conhecimento entre alunos professores e participantes de todas as idades. O professor de matemática Estéfano Altieri, destaca que, o aprendizado por eles adquirido na mostra, revela uma ciência que eles não estão acostumados, o de testes e erros. “A experiência que eles tiveram no Rio de Janeiro, todas as palestras, todas as conversas, eram sobre tudo o que dava errado. A pesquisa, a ciência, são testes, acúmulo de testes e a grande maioria desses testes, sempre vão dar errado. Então as experiências, a vivência que eles tiveram lá com os palestrantes, foram todos os testes que deram errado”, destacou o professor.
O docente ressalta que a vivência dos alunos com a área de pesquisa, traz uma nova visão de realidade e desperta um novo interesse por este mundo. “A experiência deles, é uma experiência super válida, é uma realidade totalmente diferente do que nós tivemos aqui na cidade e eles tiveram esse contato. Eu acredito que uma sementinha foi plantada na cabecinha de cada com esse novo mundo, esse mundo da pesquisa. Essa é a maior contribuição que a MOBFOG faz com os alunos.”
E para quem pensa que trabalhar com foguete é coisa de físicos, o professor Estefano Altieri reforça que todas as disciplinas escolares podem ser aplicadas em todo o projeto, deste o desenho do foguete, até o lançamento final. “E a total interdisciplinaridade. Eu sou professor de matemática e quando se para pra pensar, o foguete sempre está relacionado ao professor de física, mas, como eles viram lá, está relacionado a todas as disciplinas, o professor de arte pra fazer o foguete, deixar ele mais bonito, mais apresentável, ele está relacionado com o de geografia, que dá pra estudar a questão dos solos. Então abrange tudo, tira um pouco a mentalidade que o pessoal do foguete é o pessoal das exatas”, finalizou.
A MOBFOG surgiu como uma extensão natural da OBA, que desde 1998 vem promovendo a educação científica no país. Enquanto a OBA foca na teoria, a MOBFOG coloca os estudantes em ação, promovendo o trabalho em equipe e pensamento crítico. Juntos, esses eventos formam um dos maiores movimentos de estímulo a jovens cientistas no Brasil.