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NOTÍCIAS Quinta-feira, 14 de Novembro de 2024, 15:45 - A | A

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EDUCAÇÃO

Alunos questionam decisão do estado em fechamento de ensino noturno de turma na Escola Estadual Cremilda

DRE afirma que escola não tem aluno suficiente para a abertura de turma em 2025

Fábio Dembisque

Dezenas de alunos do Ensino Médio noturno da Escola Estadual Cremilda Oliveira Viana, no bairro Poncho Verde, em Primavera do Leste, ficarão sem vagas na unidade em 2025, com o fechamento das turmas noturnas. A informação foi feita à unidade pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) por email.

Com a decisão, no próximo ano, esses alunos terão que buscar vagas em outras unidades escolares, a mais próxima fica no centro da cidade, distante cerca de 4 km da escola onde estudam, e mais longe ainda para alunos que que terão que se deslocar de outros bairros até a região central.

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A indignação de professores e alunos levou a criação de um abaixo-assinado que, atualmente, conta com 600 assinaturas e será entregue a Seduc-MT.

O Diretor da unidade escolar, Weverton Fischeman, relata que o assunto foi levado até a comunidade escolar para que pudesse ser debatido. "Ouvimos a comunidade para ver se era interesse o fechamento, porque a gente está aqui realmente para representar a comunidade, então a gente levou este assunto ao conhecimento deles. Os pais e estudantes e a grande maioria, principalmente os interessados, não querem que a escola deixe de ofertar o ensino médio noturno, porque está próximo as suas residências e facilita todo o processo de acompanhamento e de permanência desses estudantes na escola", explicou.

Carlos Henrique Gomes da Silva, aluno do 2º ano do Ensino Médio diz que a oferta do estudo no turno da noite, é a única forma que ele consegue frequentar a escola. "Eu estou trabalhando e o único horário que condiz com meu serviço e a noite. Fechando o noturno eu não vou poder estudar e eu queria estudar porque eu estou trabalhando para ganhar experiência e eu estou estudando para ganhar conhecimento e, se fechar, acaba com meu conhecimento e com outras coisas que eu posso adquirir."

O professor André de Oliveira Costa, destaca em sua fala, que "como professor defendo e acredito que o estudo é uma maneira da gente melhorar de vida, de ter uma perspectiva melhor de futuro, e fechar a escola aqui eu vou estar privando muitos jovens aqui da redondeza da escola de ter essa perspectiva de melhora, então é um pouco cruel a gente pensar porque a molecada rala, vem aqui cansado e está estudando mais consegue vir porque ainda é perto de casa. Agora se eu tiver que deslocar para longe é o número de desistências vai aumentar muito, porque a gente sabe que cansa estuda, cansa trabalha o dia inteiro e ter que andar para longe para estudar, eu fico realmente preocupado".

 

DRE diz que quantidade de alunos é insuficiente para manter o funcionamento noturno

Após ouvir as reclamações de alunos e professores da unidade escolar, a equipe de reportagem procurou a Diretoria Regional de Ensino (DRE) para entender os motivos que levaram ao fechamento das turmas. De acordo com a DRE, a quantidade de alunos frequentes é insuficiente para o funcionamento das turmas.

Patrícia Lorena Filho, diretora-adjunta, explica que vem sendo feito um acompanhamento desde 2022 e que a quantidade de alunos tem diminuido muito a cada ano. "Então essa organização, na verdade, impacta este ano, mas esse monitoramento das turmas de quantitativo ela vem sendo feita desde quando foi implementada as DREs nos polos, então, antes a Seduc estava tão longínqua da gente, que a gente não tinha esse acompanhamento de qual era o número exato que aprovava ou desaprovava. Havia uma desorganização dos quadros, tanto de alunos e de turmas, quanto organizacional de servidores", explicou.

Segundo a DRE, atualmente apenas 131 alunos estão matriculados no período noturno da unidade escolar, porém, a frequência é de cerca de 50 alunos, conforme detalha coordenadora de Gestão Escolar e de Rede (Coger), Gisele de Paiva Silva. "Este ano a gente pode perceber que dos 131 alunos que estão matriculados hoje, apenas 53 estão frequentando, e aí existe uma rotatividade que é prejudicial ao estudo e ao resultado dos alunos. Essa rotatividade ela mascara o resultado da aprendizagem, por exemplo: hoje vem um aluno, aí esse aluno falta, dois, três dias, depois ele vem de novo, só que na somatória da quantidade de frequência dele, esse aluno fica reprovado por falta, então é como se a gente visse a sala todo dia com 25, 30 alunos, mas não são os mesmos todos os dias. Então isso é negativo porque o aluno está infrequente, ele não está aprendendo e essa infrequência tem um peso muito grande de se efetivar essa sala de aula, porque é como se ocorresse a demanda versus procura, mas a procura precisa ser uma procura efetiva, então o aluno está matriculado, mas ele não frequenta os 200 dias letivos, se ele não está pelo menos 75% frequente, isso impacta negativamente na permanência da sala de aula no próximo ano", finalizou.

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