O início do período de chuvas em Mato Grosso acende o alerta para o surgimento de animais peçonhentos em áreas urbanas, especialmente nas residências. Diante disso, o Corpo de Bombeiros orienta a população sobre os cuidados necessários ao se deparar com esses animais, como cobras, aranhas e escorpiões.
Dados da Diretoria Operacional apontam que o atendimento dos bombeiros às ocorrências de captura de serpentes aumentou 72%. No mês de setembro, foram 37 ocorrências dessa natureza, enquanto em outubro esse número subiu para 64. Além disso, outros 44 animais peçonhentos, como aranhas e escorpiões, também foram capturados no período, totalizando 145 ocorrências.
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Em Primavera do Leste, três jiboias foram resgatadas entre outubro e o começo de novembro. Mesmo não possuindo peçonha (veneno), as jiboias podem morder e atacar pequenos animais. De acordo com o Boletim Epidemiológico, da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, emitido no mês passado, em setembro houve um atendimento de acidente com animais peçonhentos, sem detalhar qual o tipo do animal, somando oito desde janeiro.
Em todo o estado, no acumulado do ano, até o mês de outubro, 1.046 animais peçonhentos foram capturados pelos bombeiros militares. Com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTec) prevendo fortes chuvas em todo o Estado nos próximos dias, é fundamental redobrar a atenção.
De acordo com o major bombeiro militar Rivaldo Miranda de Andrade, esses animais podem representar um risco à saúde. “O animal peçonhento inocula veneno e pode causar risco de morte. Já o animal não peçonhento pode provocar dor intensa no membro afetado ou mesmo uma lesão grave, mas o risco de morte é menor”, explicou.
A orientação principal é manter a distância dos animais peçonhentos, principalmente se for serpente. “O mais importante é evitar qualquer contato com o animal, que é um ser selvagem e está fora do seu habitat natural, e muitas vezes as pessoas se sentem incentivadas a manuseá-lo e essa atitude gera um risco adicional que é de ser picado, portanto, é fundamental não ter qualquer contato físico com o animal”, orientou.
Em situações como essa, a recomendação é acionar o Corpo de Bombeiros Militar, que possui a estrutura necessária para realizar a captura de maneira segura. “Estamos disponíveis em todo o Estado, trabalhando todos os dias, 24 horas, para oferecer suporte à população. Em caso de emergência, basta ligar para o 193, e uma equipe especializada irá atender”, ressaltou o major.
Prevenção
Algumas medidas podem ser tomadas para minimizar o aparecimento de animais peçonhentos. Para garantir que a residência esteja livre de animais indesejados, é importante manter a limpeza, evitando o acúmulo de lixo e entulho, especialmente no quintal.
Além disso, é fundamental cuidar dos jardins e quintais, evitando o acúmulo de folhas secas, galhos e entulhos, que podem servir de abrigo para esses animais. Recomenda-se também fechar todas as frestas de portas, rachaduras e buracos em paredes, pisos e telhados, pois esses locais são propícios para que os animais se escondam.
Por fim, é indicado que, antes de usar calçados, roupas e objetos, seja feita uma verificação cuidadosa para garantir que não haja animais peçonhentos escondidos neles.
Primeiros socorros
Já em caso de picadas, o CBMMT em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (SES) lista os cuidados essenciais a serem tomados para prevenir acidentes com esses animais e orienta sobre os procedimentos de emergência.
O que fazer:
* Limpar o local da picada com água e sabão;
* Permanecer com o membro que foi picado elevado;
* Caso seja possível, de maneira segura, fotografar o animal (a identificação do animal causador do acidente facilita a soroterapia específica).
O que não fazer:
* Não fazer torniquete ou garrote, não furar, não cortar, não queimar, não espremer o local da picada;
* Não fazer sucção no local da ferida;
* Não aplicar qualquer tipo de substância sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina, pó de café, terra), nem fazer curativos que fechem o local, pois isso pode favorecer a ocorrência de infecções;
* Não ingerir bebida alcoólica, álcool, querosene, gasolina ou fumo no intuito de tirar a dor, pois além de não agir contra o veneno, ainda poderá causar complicações no quadro clínico.
Por fim, deve-se procurar o serviço de saúde mais próximo, preferencialmente um pronto atendimento, pronto socorro ou hospital. O Centro de Intoxicação Antiveneno está localizado no Hospital Municipal de Cuiabá e possui telefone com atendimento 24h para orientações médicas: 0800 722 6001.
*Com informações CBM-MT
