Oferecer um atendimento humanizado e trazer acolhimento as mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, esse foi o objetivo da capacitação realizada pelo Ministério Público de Primavera do Leste na sexta-feira (2), para agentes das forças de segurança pública de Primavera do Leste, que integram a Rede de Enfrentamento e Combate à Violência Doméstica.
Com o tema “Agentes públicos e a prestação de atendimento humanizado às mulheres em situação de violência doméstica e/ou familiar”, policiais civis e militares acompanharam palestras e debates que visam sensibilizar e orientar agentes inseridos nas políticas de segurança pública acerca das questões relacionadas à violência contra a mulher, de forma a compreenderem a importância da prestação de atendimento humanizado, acolhedor e isento de pré-julgamentos, para que as vítimas se sintam amparadas e, de fato, seguras.
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O psicólogo Wallace Rodolfo abriu a capacitação com a palestra “A importância do atendimento prestado à mulher em situação de violência doméstica”. Em seguida, a psicóloga clínica Regiane Silva de Anicésio, trouxe a palestra “Aspectos psicológicos do atendimento ao público em casos de violência”. Ambas as palestras foram seguidas de debates papos e perguntas feitas pelos participantes.
Entre as convidadas para o debate, estava a 2ª sargento Vaneide Ferreira dos Santos da Polícia Militar. Integrante da Patrulha Maria da Penha, ela ressaltou a importância nesse primeiro atendimento à mulher em situação de violência. “A importância dessa capacitação é justamente para fazer atendimento humanizado as mulheres em situação de violência doméstica e familiar pelas instituições da força de segurança pública, esse atendimento humanizado pode salvar vidas”, ressaltou.
A delegada Anamaria Machado, titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso, explicou que os crimes de violência doméstica e familiar são crimes diferenciados e devem ser tratados como tal, para trazer mais segurança e conforto para a vítima.
“É um crime diferenciado, tem que ter mais sensibilidade, um local apropriado, porque a vítima vai até a delegacia ou até a PM, ela quer ser bem atendida, ela quer se sentir segura. Ela não quer sofrer mais constrangimento do que ela já tem. Então para ela sair desse ciclo de violências, dessa dependência emocional que ela tem ou financeira, ela precisa que os servidores e policiais estejam preparados para esse atendimento, que é o primeiro atendimento”, disse.
Perto de completar 3 anos em Primavera do Leste, a Delegacia da Mulher proporciona um espaço adequado e equipe especialmente treinada para acolhimento dessas vítimas. “Essa delegacia para atendimento desse tipo de crime, é um local apropriado para que ela vá e se sinta amparada e se sinta confiante e que a gente possa atuar de uma forma que traga justiça”, finalizou a delegada.
Rede de Enfrentamento
Em Primavera do Leste, uma rede formada por diversas instituições, busca o enfrentamento e combate à violência doméstica. Poder Judiciário, Polícia Militar, Polícia Civil, Prefeitura e Câmara, OAB, entre outros, se juntam com esse propósito e buscam aprimoramento da rede com capacitações e diversas ações em Primavera do Leste.
A capacitação foi promovida pelo Ministério Público, que desde 2015 vem atuando em defesa da mulher e no combate a violência doméstica e familiar. De acordo com a promotora Nayara Roman Mariano Scolfaro, ressaltou que a ideia é manter os agentes de segurança atualizados e promova um atendimento humanizado, sem que haja a revitimização dessas mulheres. “A ideia é que a gente troque de lente, que a gente atue de uma maneira diferente, mas especializada, para que a gente possa alcançar essa mulher e garantir para ela um atendimento integral”, disse.
A promotora destaca a importância de saber lidar com a questão no primeiro atendimento, para fortalecer a vítima e encoraja-la a sair do ciclo de violência. “A primeira questão que é muito importante a gente entender é que a violência doméstica não é uma criminalidade comum, ela tem características que são muito sui generes da violência contra a mulher, que é sempre uma questão que envolve um relacionamento afetivo, envolve o amor, a esperança, a expectativa daquela mulher nesse relacionamento”, reforçou.
“Desde 2015 nós começamos a trabalhar para a gente construir a rede. A rede é um trabalho articulado que envolve todos os integrantes, a gente trabalha com o sistema de justiça, com as forças de segurança, a gente trabalha com a saúde, educação, assistência social. É um trabalho bem grande que implica em um monte de gente trabalhando junto em prol de uma causa comum que é garantir a prevenção e o enfrentamento da violência contra a mulher”, finalizou a promotora.
