Arara, onça, jacaré, macaco, tamanduá e mais de 50 outras obras indígenas são os grandes astros da nova exposição, "Bancos indígenas do Brasil", realizada pela Secult, no Salão das Águas, anexo a Secult.
O curador, Tomas Alvim, explica que a exposição é uma coleção de obras de arte indígena muito representativos da cultura e da tradição do Mato Grosso e do Brasil. “Esse conjunto traz uma diversidade étnica da produção desse artefato, mas que, ao mesmo tempo, representa profundamente a cultura a tradição e a simbologia dos povos originários do Brasil”.
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Os bancos são esculpidos em um único tronco de madeira, sem juntas ou emendas, e tomam a forma de animais e entidades míticas que fazem parte da cultura indígena. Assim como outros objetos rituais indígenas, produzir o banco é tão importante quanto a forma de usar. Os tamanhos e as formas servem de marcadores sociais.
A exposição pertencente à Coleção Bei, provenientes de 25 etnias da Amazônia. Dividida em duas partes, a primeira é dedicada à extensa produção da Terra Indígena do Xingu, localizada no Mato Grosso.
A segunda parte reúne demais povos indígenas de várias partes da Amazônia, localizadas no Acre, Pará, Tocantins, Maranhão, Roraima, Amapá e Amazonas. A exposição conta ainda com um banco de uma etnia de Santa Catarina e com seis grandes imagens feitas pelo fotógrafo Rafael Costa, no Território Indígena do Xingu (TIX).
Yatapi Mehinako, um dos artistas, conta já participou de várias outras exposições, dentro e fora de Mato Grosso. “Eu recebi um convite para vir aqui em Primavera do Leste e agradeço muito o apoio da Secretaria da Cultura. Estamos aqui para mostrar o que nós criamos.”
Outro artista que esteve presente é Makaolaka Mehinako, que avalia de forma positiva essa integração de culturas. “Uma exposição desse tipo, para nós indígenas, principalmente para quem trabalha com a produção dos bancos, acaba sendo o espaço para dar visibilidade ao nosso trabalho.”
O estudante, Ueslei dos Santos Izidre, aprovou a exposição, foi a primeira vez que teve contato com a arte dos povos originários do Brasil”. “Vim na exposição apreciar e conhecer um pouco mais sobre a arte indígena, que muitas vezes não é divulgada.”
Para o Secretário de Cultura, Wanderson Lana, essa exposição é super pedagógica. “É muito importante as instituições de ensino médio, fundamental e superior, virem aqui e entender o Brasil através do artesanato indígena, mostrando como eles se relacionam a maneira com a natureza. É quase um processo educacional para gente refletir também a maneira como lidar com a natureza.”
Lana ainda lembra que todas as exposições são temporárias, com duração de cerca de um mês na Secretaria de Cultura. A visitação fica aberta em horário comercial, de segunda a sexta, das 7h às 13h. Aos domingos das 16h às 18h.