18 de Maio de2024


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CAPA Quarta-feira, 24 de Janeiro de 2018, 07:00 - A | A

Quarta-feira, 24 de Janeiro de 2018, 07h:00 - A | A

SEM SOLUÇÃO

Novos debates devem ser realizados em relação a carretas estacionadas em vias públicas

De acordo com o Ciretran, 15% dos veículos emplacados em Primavera do Leste são carretas ou semireboques

Jaqueline Hatamoto

Nove meses se passaram e nada mudou, desde quando o Jornal O Diário, publicou uma reportagem que trazia o empasse em relação a lei que regulamenta o tráfego e estacionamento de caminhões e máquinas agrícolas dentro da cidade. Na época, o jornal chegou a relatar que a alteração da lei seria encaminhada para Prefeitura no dia 12 de maio de 2017, porém, isso não ocorreu.

Para tentar saber o que falta para resolver de vez o problema, já que as reclamações não param de chegar, procuramos os setores e pessoas envolvidas na alteração do artigo 136 da lei 1317/2012.

Procuramos o coordenador da Coordenação Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos (CMTU), Thiago Silva, e fomos informados que o órgão aguardava a aprovação da lei por parte do poder Legislativo, ou seja, a lei ainda não saiu da Câmara.

Um dos vereadores que faz parte da comissão criada para discutir a alteração da lei, é o vereador Manoel Mazutti, em entrevista ao Jornal O Diário, o vereador ressaltou que questões envolvendo a estabilidade política da cidade atrapalhou o andamento do projeto.

“Nós estamos chamando novamente a sociedade e principalmente o Executivo para discutirmos essa situação, porque no ano passado vivíamos em uma estabilidade política e a transição de prefeitos, o que inviabilizava as coisas e entendemos por bem aguardar um pouco. Por que fazer uma medida tão ampla, sendo que o prefeito poderia mudar? Na verdade acabaria fazendo com que usuário sofresse duas vezes. Nós estamos prezando muito por não deixar mais o achismo imperar nas decisões.

Estamos trazendo empresas de fora para estudar o trânsito em Primavera, e a gente precisa fazer uma coisa bem profissional, para que possa tomar as decisões necessárias e não voltar atrás das decisões, porque toda vez que mexemos em uma questão tão necessária como o trânsito, sempre vai ter alguém que vai se sentir prejudicado, alguém vai perder, alguém vai ter que ceder mais. Não podemos com isso fazer uma coisa amadora, por isso tem que ser algo profissional para que a gente possa trazer esse ônus, para que não seja um infundado e é isso que nós estamos prezando, para que a melhor decisão seja tomada”.

De acordo com Mazutti, a maior modificação da lei é a proibição do trânsito de caminhões pelas ruas centrais da cidade. “Por exemplo hoje, você vai na Rua Piracicaba, Avenida São João, e é comum se deparar com um bitrem transitando no centro. Isso é um absurdo, pois temos pedestres, a cidade é um lugar movimentado, onde crianças circulam”, ressaltou o vereador.

Porém, o vereador ressalta que a lei deve ser debatida e amplamente discutida, pois há lugares em que o trânsito de carretas não precisa ser restrito, são as vias que dão acesso ao Distrito Industrial e perimetrais.  “Se não prestarmos atenção, daqui a pouco estaremos restringindo uma Avenida do Distrito Industrial, então tudo isso tem que ser separado por setores, ruas, vias e bairros.  Deve-se fazer também campanhas de conscientização, para que o motorista compre a nossa ideia e entenda os objetivos e não ser uma coisa imposta, nada será feito por imposição”.

Além de vereadores, a comissão formada para discutir a alteração da lei tem representantes de caminhoneiros e da CMTU.

Um outro fator predominante é em relação ao horário de carga e descarga, a redação atual determina que a carga e descarga no comércio local, deve ser das 19h às 06h, de segunda-feira à sexta-feira e nos sábados, domingos e feriados das 13h às 18h, no perímetro urbano. A regra não é respeitada, pois é comum ver caminhões parados nas avenidas de Primavera do Leste.

Manoel destaca que será estudada uma forma que além de garantir a ordem no trânsito, garanta também a segurança “Não podemos colocar em prática uma lei sem garantir a segurança dos comerciantes e também dos caminhoneiros. Por isso temos que chegar a um consenso, onde o trânsito fique organizado e que os comerciantes possam receber as mercadorias sem risco de serem roubados. Precisamos achar uma alternativa que se adeque tanto à população, quanto de uma forma geral, como a essa minoria que são os motoristas”.

 

POPULAÇÃO OPINA SOBRE O QUE FAZER PARA RESOLVER O PROBLEMA

Por meio de uma rede de interação mantido pelo Jornal O Diário, pedimos a sugestões de moradores da cidade para que o problema seja resolvido de uma vez.

Uma das sugestões foi dada por Tatiana Czui, que sugeriu que seja adotado em Primavera do Leste o mesmo modelo utilizado em Guarapuava – PR. “Lá havia uma polícia de trânsito, e eles tinham um número de contato da central e podíamos ligar para eles que o problema era resolvido, e o motorista era multado e depois guinchado se caso for reincidente. Uma outra sugestão é proibir a entrada desses caminhões, pois realmente se torna inviável um veículo grande trafegar, é pesado, destrói o asfalto. E as leis estão ai para serem cumpridas”.

Outra sugestão veio de um internauta que preferiu não ser identificado. A ideia proposta foi a criação de um pátio asfaltado e com infraestrutura para atender os motoristas. “Seria asfaltado, teria um zelador, um segurança e tudo que o motorista precisa. É necessário investir e mostrar para o condutor que o patrimônio dele estará seguro neste local. Uma forma de controlar a entrada, seria a solicitação do comprovante de residência atualizado, assim só as pessoas de Primavera poderiam utilizar o pátio, as outras deveriam pagar para usar”.

Esse modelo de estacionamento foi adotado na cidade de Barra do Garças que sofria com mesmo problema. Segundo fontes ligadas ao Jornal, uma empresa da cidade já está fazendo um estudo para implantação desse local, mas depende da alteração da lei.

 

RECLAMAÇÕES

Reclamações a respeito das carretas paradas em vias públicas são constantes, em um único dia, o Jornal recebeu mais 10 relatos, neles moradores da cidade relatam que muitas carretas ficam paradas nas esquinas e isso impede a visibilidade e muitas vezes contribuem para acidentes de trânsito. Um outro problema está relacionado ao barulho, houveram casos em que leitores disseram não conseguir dormir e nem conversar dentro de casa por causa do barulho dos motores das carretas que começam a funcionar às 5h..

Já um outro leitor falou sobre a sujeira que muitos deixam depois de sair do local que estavam estacionados. “Os caminhoneiros limpam as carrocerias e despejam os resíduos todos na rua sobrando para a Prefeitura limpar... Esse empresa deveria ser notificada pelo Poder Executivo ou exigir dos caminhoneiros que façam uma pré limpeza na carreta em uma empresa que realiza a limpeza, como muitas multinacionais já exigem como exemplo, a Cargill. Outra com relação a fiscalização do estacionamento perto dos postos. Estacionam na contramão dos dois lados da pista ficando apenas um corredor que só vai ou só vem. Se os dois  se encontrarem no meio, ninguém passa”.

Mas assim há quem se incomoda, há quem defenda a classe. “Não podemos generalizar, sou esposa de caminhoneiro, e ele sempre toma cuidado aonde estaciona a carreta, para que não incomode ninguém, pois nos postos não tem lugar, pode ir lá e ve., Essa época o fluxo é enorme, concordo que existem motoristas folgados que estacionam na frente da casa dos outros, porém tem os que cuidam, que é o caso do meu esposo”.

 

Uma coisa é certa, é preciso pulso firme para resolver de uma vez por todas a questão. E depois de aprovada a lei, que garanta atrevés de fisclaização severa o rigor que a lei determina.

VÍDEO

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