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JUSTIÇA

Família espera Justiça por jovem que morreu em acidente na BR 070

Segundo testemunhas, motorista do veículo estaria bêbado e fugiu sem prestar socorro

Wellington Camuci

Maicon Douglas Alves de Souza. Este é o nome do jovem de 24 anos que morreu ao bater de frente com um veículo na BR 070, na noite de sexta-feira (13), em Primavera do Leste. As causas do acidente ainda estão sendo investigadas, mas, de acordo com a família, o motorista do carro que causou o acidente estava bêbado.

O acidente foi por volta das 21 horas. Flávio de Brito, tio de Maicon, disse à reportagem que o sobrinho estava em casa e saiu para buscar um amigo no posto da Polícia Rodoviária Federal – PRF, quando foi atingido pelo veículo em uma via que dá acesso à Avenida São Paulo, na saída para Cuiabá. O Serviço de Atendimento Móvel chegou a ser acionado, mas Maicon não resistiu e morreu no local.

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Desde o acidente, a família luta para conseguir levar à Justiça o motorista do carro. De acordo com eles, testemunhas ouviram do próprio motorista que ele estava embriagado e por isso não ia ficar no local.

“Pelas filmagens, acontece o acidente, o cara corre, o rapaz tenta segurar ele, ele fala que não vai ficar porque estava bêbado, ele volta lá e fala: ‘Não, eu matei o rapaz, eu tenho que sair daqui!’. Então ele teve tempo para ligar para um amigo ir buscar, para ele poder fugir do flagrante, mas não teve a capacidade de ligar para o SAMU ou pelo menos para a polícia”, desabafa o tio.

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Uma tia de Maicon relata a angústia que foi receber a notícia da morte do sobrinho e, principalmente, da forma como ocorreu. “Foi inacreditável. Todo mundo tem os seus defeitos, mas o Maicon era responsável, era amigo. A gente podia imaginar qualquer outro tipo de forma da morte dele, menos assim, de moto. Nunca imaginamos que seria desta forma tão cruel como foi. O cara de vez prestar socorro porque ele ainda estava com vida, ter fugido.”

Logo após o ocorrido, a família iniciou uma busca para entender o que aconteceu, conseguindo imagens e relatos de testemunhas que, em tese, comprovam a omissão de socorro e fuga do local.

“Ele fugiu. Quem ficou com o Maicon foi um pastor, ficou do lado dele, conversando com ele, fez perguntas para ele e a resposta dele era gesticular com o braço que era a única coisa que ele movimentava. O pastor falou para ele ficar tranquilo, orou por ele e ele veio a óbito”, complementa emocionado o familiar.

Para a família, o que mais causa de revolta é saber que o responsável pela morte de Maicon continua livre e que pode responder em liberdade.

“O cara saiu de lá, tem o endereço dele, o trabalho dele e tudo mais e está desaparecido e quando a polícia achar ele ou ele se apresentar, ele só vai ser intimado, não vai ser preso. Ele continua em liberdade, não teve a carteira recolhida, o cúmplice dele também tem que responder, porque ele foi lá, mataram uma pessoa e fugiram do local”, destaca.

Para Flávio, o problema não foi o motorista ter evadido do local, foi não ter prestado o mínimo de socorro. Ele ainda destaca que se ele realmente estava embriagado, ele assumiu o risco de causar a morte de alguém que, neste caso, foi o jovem Maicon.

“Ele poderia ter saído do local, ter falado: ‘ó eu estou bêbado, mas tá aqui meu telefone e meu endereço e eu não quero ficar aqui por medo da população’. Ninguém tem a intenção de matar uma pessoa, mas a partir do momento que ele bebeu e pegou num volante, ele assumiu o risco.”

O desejo da família é para que o motorista, se realmente for culpado, pague pelo crime que cometeu e que sirva de exemplo para que outras famílias não passem pelo que estão passando.

“O nosso propósito é que a lei funcione, porque é muito fácil a gente ir ali, tirar uma vida e continuar vivendo em liberdade. É uma vida que não volta mais, é a família que está machucada, é a família que vai ter um luto eterno, porque daqui 10 anos você vai lembrar e você vai chorar. E você vai saber que o cara tá trabalhando, que o cara tá bebendo e tá dirigindo. A gente queria mesmo que ele pagasse. Ele errou, ele foi omisso, ele estava alcoolizado, então tem que pagar”, finaliza.

 

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Motorista se apresentou na delegacia três dias depois

Por meio das redes sociais, Flávio informou que o motorista se apresentou na delegacia na tarde de segunda-feira (16), foi ouvido e liberado. A equipe de reportagem entrou em contato com o delegado responsável pelo caso, Eric Martins, que confirmou que o motorista se apresentou, foi ouvido, e segundo o delegado teria negado que estivesse embriagado.

“Como ele não foi preso em flagrante, ele conseguiu evadir local, não foi possível materializar toda essa situação que a gente tem informação na hora, na data, como por exemplo um teste de alcoolemia ou qualquer outro tipo de situação que a gente pudesse já materializar essa situação lá na data. Como ele conseguiu fugir e se evadir, agora nós temos que buscar outros meios de se conseguir materializar essa situação. Aí outra prova testemunhal ou câmeras ou outras situações. Então só será expedido algum tipo de mandado contra ele, já que ele não foi preso em flagrante, se houver indícios robustos de que isso de fato aconteceu. Então ele ainda não foi preso por causa disso, porque ele não está mais em flagrante e estamos levantando todas as informações necessárias para poder resolver o caso, de uma forma mais segura”, explicou o delegado.

A investigação segue em andamento e deve ser concluída em breve.

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