A Gerência de Combate ao Crime Organizado, da Polícia Civil de Mato Grosso, deflagrou, nesta segunda-feira (18), a Operação Agro Judas para cumprir 18 mandados, entre prisão preventiva e buscas, contra uma associação criminosa responsável pelo furto a uma propriedade rural no município de General Carneiro, em janeiro deste ano. Os mandados judiciais são cumpridos nas cidades de Primavera do Leste e Jaciara e em Sarandi (PR).
A decisão judicial da 2ª Vara Criminal da Comarca de Barra do Garças, determina ainda o sequestro de bens e bloqueio de valores de até R$ 300 mil dos criminosos. O valor é referente ao prejuízo causado à propriedade pelo furto dos defensivos agrícolas furtados. Da propriedade ainda foram levadas peças de uma colheitadeira, que foram recuperadas.
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A investigação da GCCO identificou nove envolvidos nos crimes de furto qualificado e receptação, entre eles estão pai e filho. Mesmo já preso por outro crime, na unidade prisional de Jacira, J.C.O.D., 50 anos, foi responsável pela venda dos produtos levados pelo grupo criminoso liderado por seu filho, T.C.D., 26 anos.
O delegado da GCCO, Antenor Pimentel, explicou que foram cerca de R$ 340 mil, entre peças agrícolas e defensivos furtados da propriedade, sendo que dois suspeitos teriam vindo do estado do Paraná para integrar a organização criminosa na região.
“Na ocasião foram presos três suspeitos lá com materiais subtraídos, que eram peças e defensivos, inclusive dois deles eram do Paraná e um de Jaciara. Então foi apreendido, aparelhos celulares que foram para análise, quebra de sigilo e hoje chegou ao final com a decisão de medida cautelar de prisão preventiva de nove indiciados e denunciados pelo Ministério Público pela associação criminosa, sendo três em Primavera do Leste, três já estavam detidos em detrimento a outros crimes e os outros continuamos em busca”, disse o delegado.
O nome da operação “Agro Judas”, faz referência a alguns dos suspeitos que se empregavam em fazendas, justamente para repassar todas as informações para a quadrilha e conseguirem cometer o furto. “O nome da operação é devido a um fato muito interessante, um dos suspeitos que foi preso aqui hoje, trabalhava na fazenda e passava vídeos detalhadamente de onde estavam os defensivos, como entrar sem ser monitorado por câmeras, melhor forma de sair e acabou batizando o nome da operação”, destacou Antenor Pimentel. (Veja a entrevista completa no final da reportagem).
Crime e venda dos produtos
Na noite de dia 20 de janeiro deste ano, um bando invadiu uma fazenda localizada na MT-474, no município de General Carneiro, e de lá levou peças de uma colheitadeira e defensivos agrícolas.
O bando criminoso que executou o furto era composto por quatro criminosos. O crime foi cuidadosamente planejado por T.C.D., a partir de informações recebidas de um funcionário da fazenda, que passou detalhes sobre a rotina da propriedade e onde ficavam armazenados as peças e produtos agrícolas.
As peças furtadas da colheitadeira foram avaliadas em R$ 41 mil. Já os defensivos, que não foram totalmente recuperados, totalizam o valor de R$ 300 mil reais.
J.C.O.D. mesmo preso na cadeia pública de Jaciara, foi responsável pela venda dos produtos subtraídos da propriedade.
Após o crime, um dos investigados auxiliou os executores do furto a esconder as peças e os defensivos em uma casa na cidade de Jaciara, onde parte dos defensivos foram recuperados. Dias após a execução do furto, a GCCO prendeu três pessoas em flagrante no imóvel.
“A venda e ocultação dos bens se dava com fim comercial. A investigação apurou que a associação criminosa foi formada exclusivamente para furtar e depois destinar à venda os insumos agrícolas”, explicou o delegado Antenor Pimentel, da GCCO.
No decorrer da investigação, a equipe da gerência especializada da Polícia Civil identificou ainda os veículos utilizados pelos criminosos para executar o furto, entre eles uma camionete Chevrolet S10, que foi locada de uma empresa por um dos investigados no dia 18 de janeiro.
Reincidentes
Seis dos investigados respondem a ações penais nas cidades de Primavera do Leste, Jaciara e Rondonópolis (MT) e em Sarandi (PR), entre eles, pai e filho.
No curso da investigação, a GCCO apurou ainda que um dos criminosos age também preparando a travessia de veículos furtados ou roubados para a Bolívia. Foi identificado que A.D.P. de 39 anos, alugou um Hyundai Creta de uma empresa em Campo Verde (MT) e depois vendeu o carro no país vizinho.
No dia 19 de janeiro deste ano, o criminoso, de modo fraudulento, registrou um boletim de ocorrência alegando que foi vítima de um roubo, ao ser abordado por duas pessoas armadas na BR-070, e libertado no acostamento da rodovia. Entretanto, a investigação revelou inconsistências na narrativa do criminoso.
A investigação apurou que o veículo alugado por ele esteve na fronteira com a Bolívia. Além disso, os investigadores reuniram informações de que A.D.P estava envolvido em atividades criminosas relacionadas ao transporte de veículos roubados para o território boliviano. Em uma conversa com um comparsa, ele admite que a comunicação de crime foi falsa.