18 de Setembro de2024


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EXCLUSIVO PARA ASSINANTES Terça-feira, 30 de Maio de 2023, 06:30 - A | A

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DIREITO DO CONSUMIDOR

Corpo estranho encontrado em molho de tomate seria fungo, diz fabricante

Vigilância Sanitária analisou outras duas amostras do produto e não identificou irregularidades

Wellington Camuci

Um vídeo divulgado na semana passada assustou centenas de consumidores. Uma moradora de Primavera do Leste encontrou um suposto ‘corpo estranho’ dentro de um pacote de molho de tomate, comprado em um estabelecimento da cidade. O caso foi reportado para o Procon Municipal e investigado pela Vigilância Sanitária do município.

De acordo com a moradora, ela estava cozinhando em casa e tinha acabado de provar o tempero, quando foi pegar o molho de tomate. Nesse momento, percebeu que a abertura do pacote estava obstruída. “Fui ver o que era, quando caiu um pedaço de tecido que parece de animal, mas saiu uma parte que parecia nitidamente um olho, muito parecido. Fiquei indignada e recolhi o material e congelei”, contou. Assustada com o achado, ela passou a gravar um vídeo e compartilhou nas redes sociais.

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A empresa Fugini, responsável pelo produto, foi procurada e informou  que “a provável causa é a embalagem ser danificada (micro furo imperceptível ao olho nu) devido ao manuseio incorreto em transporte e/ou no armazenamento nos pontos de distribuição”.

“Por não conter conservantes, a entrada de ar pelo micro furo pode causar a contaminação do produto e, consequentemente, o surgimento do bolor. Esse fato também pode ocorrer pelo armazenamento por período incorreto na geladeira (após a abertura da embalagem o consumo deve ser realizado em até um dia)”, diz trecho da nota.

De acordo com Advanilson Sampaio, coordenador da Vigilância Sanitária, o órgão só tomou conhecimento após a divulgação do vídeo nas redes sociais. Segundo ele, não foi possível realizar a coleta para análise laboratorial, por não terem sido informados em tempo hábil.

“Não foi identificado do que se trata, visto que para análise do material seria necessária todo protocolo sanitário na coleta. Só ficamos sabendo do caso após a publicação do vídeo nas redes sociais e não fomos informados em tempo hábil para coleta do material para análise”, disse.

Segundo o coordenador, outros dois pacotes do mesmo produto que foram adquiridos pela moradora no mesmo dia, passaram por análise e não foram encontradas irregularidades. “A reclamante apresentou outros dois produtos informando que foram comprados no mesmo dia, a Vigilância Sanitária, juntamente com o Procon, fez a abertura dos dois pacotes para analisar se existia qualquer substância estranha ao produto para o encaminhamento de análise laboratorial, porém, as duas amostras não mostraram qualquer alteração que necessitasse de análise laboratorial”, explicou.

Advanilson ressaltou que, por precaução, foi solicitado ao estabelecimento a retirada cautelar da venda do produto até as análises necessárias. Segundo ele, em contato com a empresa responsável pela produção e envase do produto, não foi identificado nenhuma outra reclamação quanto ao lote do mesmo e que estão em contato com a reclamante e a Vigilância Sanitária Estadual, para auxiliar no que for necessário.

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Alerta aos consumidores

A secretária adjunta de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon-MT), Gisela Simona, alertou a população sobre situações semelhantes.

“Quando o consumidor identificar um objeto estranho no produto alimentício que tenha acabado de abrir, precisa saber que, se tiver outras embalagens do mesmo produto, não deve abrir as demais. E guardar essas embalagens para ser recolhido pela vigilância sanitária”, afirmou.

Simona disse ainda que toda denúncia deve ser feita para assegurar os direitos do consumidor e, também, dos riscos à saúde. “É muito importante o consumidor denunciar e ter o dinheiro de volta, mas também tirar de circulação um produto que coloque em risco a vida e a segurança dos consumidores”, concluiu.

O coordenador da Vigilância Sanitária de Primavera do Leste, ressalta ainda que em caso como este, a responsabilidade é do fabricante, porém, o comerciante pode responder solidariamente se caso for constatado problemas com o armazenamento e/ou exposição do produto.

“A responsabilidade principal dos produtos expostos à venda é do fabricante, visto que o estabelecimento que está vendendo o produto não faz mais qualquer manipulação no produto fabricado, apenas expondo a venda, porém, caso os produtos não esteja adequadamente armazenados e expostos, pode sim o estabelecimento responder solidariamente”, ressaltou Advanilson Sampaio. “A principal orientação que caso se verifique algo de estranho, principalmente com alimentos, não faça o consumo e procure a vigilância sanitária o mais breve possível a fim de que seja tomada as providências necessárias”, reforçou.

Além de casos como esse, casos de produtos vencidos sendo colocados a venda devem ser denunciados. A Vigilância Sanitária de Primavera do Leste fica localizada na Rua Presidente Kennedy, 340, bairro Castelândia. Horário de funcionamento das 07h às 18h. As denúncias também podem ser feitas por telefone 3498 4046, basta informar o local e o produto, não precisa se identificar.

Fugini chegou a ter fábrica fechada

Em março deste ano, uma inspeção sanitária na fábrica de Monte Alto identificou falhas graves relacionadas à higiene, controle de qualidade e segurança das matérias-primas, controle de pragas, rastreabilidade, entre outros. O problema levou à suspensão da fabricação e comercialização de produtos da marca.

A agência determinou ainda o recolhimento de lotes de maionese da Fugini. À época, a Fugini admitiu o uso de corante vencido em maioneses, mas diz que percentual era pequeno. Já em abril, a Anvisa revogou a decisão e liberou as vendas.

Outra polêmica envolvendo a marca ocorreu em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no início deste mês. Uma perícia do Instituto-Geral de Perícias feita em amostras de molho de tomate da Fugini detectou a presença de fungos e ovos de parasita no produto.

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